quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Os Homens também devem se cuidar



TIREÓIDE: HOMENS NO FOCO

O sexo masculino tem menor tendência a nódulos nessa glândula. Mas quando surgem, o risco de perigo é maior. Por isso, a monitoração deve ser freqüente

Os nódulos na tireóide são mais comuns nas mulheres do que nos homens, na proporção de quatro para um, segundo estudos da Sociedade para Educação e Pesquisa da Tireóide dos Estados Unidos. Entretanto, as chances de que um nódulo seja diagnosticado como câncer nessa glândula, situada na parte anterior do pescoço, abaixo do pomo-de-adão, é maior neles do que nelas - 30% e 20% dos casos, respectivamente. O mal acomete indivíduos jovens, mas cresce e se dissemina mais rapidamente em idosos. "Nos homens, quando detectado o tumor maligno, ele também costuma ser mais agressivo", diz o endocrinologista Filippo Pedrinola (SP). As razões para essa diferença ainda são incertas, pois a predisposição genética é a maior causa da enfermidade. Entretanto, acredita-se que o hormônio feminino estrógeno - também presente nos homens, mas em menor quantidade - seja uma das influências, uma vez que é um fator para maior formação de nódulos (e como a mulher tem maior contato com ele, estaria mais sujeita à doença). A exposição à radiação, inflamações, bem como a falta de iodo na dieta também podem colaborar para o surgimento desse distúrbio.

A PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA É A MAIOR CAUSA DO PROBLEMA. MAS HORMÔNIOS, EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO, INFLAMAÇÕES E A FALTA DE IODO PODEM COLABORAR

Detecção precoce
O maior problema é que não existe maneira de prevenir o aparecimento desses agrupamentos de células que crescem de forma desordenada dentro da glândula e, pior, silenciosamente, sem causar sintomas. Portanto, a detecção precoce é fundamental. Apesar de os nódulos poderem surgir em qualquer idade, o protocolo americano recomenda exame clínico anual, com análise de sangue, a partir dos 35 anos para as mulheres e após os 40 para os homens.

Além disso, embora o caroço cresça lentamente, o que dificulta sua detecção por apalpação, o auto-exame precisa ser considerado. Para fazê-lo, o indivíduo deve colocar-se diante do espelho e tocar a região logo abaixo do 'gogó', bebendo em seguida um copo de água. Com os dedos médio e indicador sobre o local, tenta-se sentir alguma saliência. Uma proeminência indolor ali é o primeiro sinal de que algo não vai bem.

Nem sempre, porém, se consegue perceber o problema, especialmente em seu estágio inicial. Daí a necessidade de uma visita periódica ao médico. "Por incrível que pareça, muitas vezes quem costuma detectar o nódulo é alguém de fora do convívio diário do indivíduo. A pessoa repara aquele pontinho no pescoço e comenta", conta Marco Aurélio Kulcsar, cirurgião de cabeça e pescoço e professor da Universidade Santo Amaro, de São Paulo.

Então, quando os sintomas se intensificam - ou seja, caso haja rouquidão, dificuldade para respirar ou engolir alimentos, dilatação nas veias do pescoço - o tumor já é grande.

Uma vez detectado um ou mais nódulos, o especialista solicita exames hormonais (TSH, T4 livre e de anticorpos) a fim de avaliar o funcionamento da tireóide. Em seguida, recomenda uma ultrassonografia para análise de sua morfologia. A punção aspirativa (retirada de células com uma agulha muito fina) pode ser necessária para verificar a natureza do tumor. "Quando apresentam líquido em seu interior correspondem apenas a cistos. Se forem sólidos, são considerados tumores, benignos ou malignos", explica Filippo Pedrinola.

Segundo o médico Marco Aurélio, a cirurgia só é necessária em casos de câncer (quando é feita a retirada total da glândula) ou quando o nódulo cresce a ponto de comprimir a passagem de ar. Nas outras situações, em que o seu surgimento implica apenas em alterações no funcionamento da tireóide, como hipotireoidismo (baixa produção de hormônios T3 e T4 que faz a glândula funcionar menos) ou hipertireoidismo (alta produção hormonal que acelera o seu funcionamento), apenas o tratamento medicamentoso é suficiente.

3 comentários:

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  2. A partir de que idade devo me cuidar? Estou com 21 anos e nunca me preocupei com isso até ver esse blog! Valeu

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  3. Olha CArlos,os médicos recomendam exames periódicos a partir dos 40 anos,mas quando você for ao médico da próxima vez, peça a ele para pedir exames medindo o T3,o T4,os anticorpos e o TSh para garantir que está tudo bem!

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